quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O dia que mudou a trajetória de Shinji Ono

Shinji Ono nasceu em 27 de setembro de 1979 em Numazu na província de Shizuoka e é considerado um dos jogadores mais importantes do Japão em toda a história, participando de três Copas do Mundo, do vice-campeonato na Copa das Confederações de 2001 e o título da Copa da Ásia de 2000. Ono, que é chamado de "tensai" - gênio, em tradução livre para o português - iniciou como profissional do Urawa Red Diamonds em 1998, passando por clubes como Bochum e Feyenoord, onde conquistou a Copa Uefa 2001/02. Atualmente, o meia defende o Consadole Sapporo da primeira divisão japonesa e é o único jogador que disputou a Copa do Mundo de 1998 ainda em atividade profissional.

Mas, a carreira de Ono poderia ter sido mais impactante ou relevante no futebol se não fosse um infeliz incidente - para não dizer que foi má fé do adversário - durante a fase classificatória para os Jogos Olímpicos de 2000 em Sydney.

O Japão no Grupo 6 com Hong Kong, Malásia, Nepal e Filipinas e a equipe não tomou conhecimento dos adversários vencendo todos os 8 compromissos no grupo, chegando a superar a marca de 50 gols a favor, tendo sofrido somente um gol em toda a primeira fase. Vale lembrar que antes do torneio pré-olímpico, a seleção japonesa sub-20 foi vice-campeã mundial da categoria, com Ono de capitão da equipe.


O momento em que Ono é agredido por Padernal.


Era 4 de julho de 1999 e os japoneses recebiam as Filipinas pela última rodada da primeira fase e apesar de já classificado, o Japão não poupou esforço para bater os adversários. Com meia hora de partida disputada, a seleção local já estava vencendo os adversários por 6 a 0, quando aos 31 minutos da primeira etapa, Ono recebeu a bola pela direita e foi acertado com um carrinho por Dan Padernal, que acabou rompendo os ligamentos do joelho esquerdo do meia japonês. Mesmo com a violenta jogada, os japoneses não se intimidaram e venceram a partida por 11 a 0.

Já sem Shinji Ono, o Japão manteve os 100% na fase seguinte e garantiu a classificação olímpica. Na disputa pela medalha de ouro em Sydney, os japoneses passaram em segundo lugar no grupo D, com Brasil, África do Sul e Eslováquia. No mata-mata, os Samurais Azuis sucumbiram diante dos Estados Unidos, nos pênaltis.

Após se recuperar, Ono ajudou o Urawa - que foi rebaixado na temporada anterior - a voltar a elite japonesa e participou da campanha vitoriosa dos Samurais Azuis na Copa da Ásia em 2000. Dali em diante, virou peça fundamental na seleção japonesa treinada por Philippe Troussier, depois por Zico durante os ciclos para as Copas do Mundo de 2002 e 2006. Em contra partida, Dan Padernal defendeu a seleção principal de seu país por algumas oportunidades, tendo maior destaque como técnico, comandando equipes do futebol local.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O primeiro esquadrão da Master League e sua curiosa ligação com a Alfa Romeo

Entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000, fãs de futebol no mundo inteiro passavam horas e mais horas disputando partidas do famoso Winning Eleven, hoje conhecido como Pro Evolution Soccer. Um marco do jogo foi a Master League, ou Liga Master/Master Liga, para nós brasileiros.

Neste modo, nomes como Castolo, Ximelez, Espimas e Gutierrez caíram nas graças dos fanáticos pelo game, uma vez que o grande desafio proposto era justamente levar uma equipe com jogadores fictícios e qualidade técnica duviosa da segunda divisão até as grandes glórias, não importando se você escolhesse o Milan ou Real Madrid para jogar. Com o passar dos jogos, o comandante da equipe ainda conseguiria coletar pontos para trocar os jogadores fictícios como os melhores do mundo a época.

O International Superstars Soccer Pro Evolution. Reprodução/Divulgação.


O que poucos lembram (ou de fato ninguém) é que na edição de estréia da Master League, no Winning Eleven 4 (ou ISS Pro Evolution, na Europa) a equipe não era composta por Castolo & cia mas sim por um selecionado em sua maioria italianos sendo supostamente um tributo a nomes importantes da fabricante de carros Alfa Romeo. De acordo com o com o blog The Zero Car, boa parte dos 22 jogadores fictícios têm ligação direta com nomes importantes da história da construtora, sendo os demais possuem alguma ligação com a história do automobilismo em geral. A seguir, vamos falar um pouco de cada um dos jogadores e suas supostas inspirações, já também dando os créditos ao blog citado neste parágrafo:

Goleiros
1. Merosi, ou Giuseppe Merosi foi o primeiro engenheiro-chefe da A.L.F.A (antigo nome da Alfa Romeo) entre 1910 e 1926. Merosi supervisionou a construção dos primeiros veículos e motores produzidos pela companhia, além de também levar a Alfa Romeo ao automobilismo.

12. Colombo, ou Gioacchino Colombo foi aprendiz de Vittorio Jano na Alfa Romeo, além de desenvolver motores para carros da Ferrari.


Defensores
4. Jano, ou Vittorio Jano foi engenheiro-chefe da Alfa Romeo no lugar de Merosi, tendo trabalhado anteriormente na Fiat e deixou a companhia para juntar-se a Lancia, antes da Segunda Guerra Mundial.

5. Otto, ou provavelmente Otto Zipper, um revendedor de carros da Califórnia que dirigia modelos Alfa Romeo nos anos setenta ou o engenheiro alemão Nicolaus Otto, sem ligação direta com a construtora.

6. Ragnotti, ou Jean Ragnotti é um ex-automobilista francês que competiu vários anos no Campeonato Mundial de Rali, porém como piloto da Renault.

13. Munari, ou Sandro Munari foi piloto de rali entre 1973 e 1984, porém competia pela Lancia.

14. Gobatto, ou Ugo Gobbato foi diretor executivo da Alfa Romeo entre 1933 e 1945. Gobatto foi responsável por salvar a companhia, então em crise financeira da falência eliderou a companhia até seu assassinato em 1945.

22. Satta, ou Orazio Satta Puliga foi chefe de design da Alfa Romeo e chegou também a ser vice-presidente de geral da companhia.

16. Ricart, ou Wilfredo Ricart foi engenheiro-chefe de Projetos Especiais da Alfa Romeo. Reza a lenda que o espanhol foi responsável para despedir Enzo Ferrari da companhia antes da Segunda Guerra Mundial.


Meio de campo
3. D'Agostino, ou Pino D'Agostino foi engenheiro da equipe de Formula 1 da Alfa Romeo na década de oitenta e também é lembrado por ser engenheiro da Ferrari durante a época vitoriosa de Michael Schumacher.

15. Chierici, ou Claudio Chierci foi gerente de equipe da Alfa Romeo na DTM durante os anos noventa.

2. Hruska, ou Rudolf Hruska foi um antigo funcionário da Porsche, tendo sido Gestor Técnico da Alfa Romeo, além de também passar por Simca e Fiat.

8. de Silva, ou Walter de Silva, foi chefe de design da Alfa Romeo entre 1986 e 1999.

10. Pavia, capitão e destaque da equipe da Master League também não há uma ligação exata com a companhia. O que se tem de mais próximo seria o Raid Pavia-Veneza, que se trata de uma corrida de barcos tendo sua primeira prova em 1929, vencida por um barco da Alfa Romeo.

17. Alviano, ou Enrico Alviano foi Chefe de Sistemas Eletrônicos da Alfa Romeo na DTM, na qual a equipe se sagrou campeã com o piloto Nicola Larini em 1993.

19. Farina, ou Giuseppe Farina foi o primeiro campeão mundial da história Fórmula 1, em 1950 com a equipe da Alfa Romeo.

20. Alen, ou Markku Alen é um ex-piloto de rali nascido na Finlândia, porém jamais competiu pela Alfa Romeo. 


Atacantes
9. Kittie, sem ligação direta com a construtora.

18. Lawson, assim como Kittie, sem ligação direta, tendo como referência mais próxima, Geoff Lawson, antigo diretor de design da Jaguar.

7. Stella ou Ugo Stella, foi simplesmente o fundador da Anonima Lombardo Fabbrica Automobili em 1909, que hoje em dia conhecemos como Alfa Romeo.

9. Anser, sem ligação direta com a construtora.

21. Carlson, ou Erik Carlson foi um automobilista sueco dos anos 60 da equipe Saab, jamais correu pela Alfa Romeo.


A equipe em sua formação padrão, o 3-5-2. Reprodução/Divulgação



Dadas as devidas explicações sobre o elenco, a única teoria aceitável é que um dos produtores do simulador era algum aficionado pela marca italiana e automobilismo em geral, uma vez que pode-se julgar pouco provável a coincidência na razão dos nomes dos jogadores. O que se sabe de fato é que esta equipe jamais foi repetida nas edições seguintes das séries de Winning Eleven e Pro Evolution Soccer, dando lugar para Castolo & cia., estes sim, foram duradouros na Master League.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Canadenses e suas participações conturbadas na Liga dos Campeões

Durante esta semana, o lado norte do continente americano vive um grande momento de decisão: Toronto FC e Chivas Guadalajara decidem quem será o grande campeão da Concacaf em 2018. O vencedor será o representante da entidade na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, nos Emirados Árabes Unidos em dezembro.

Apesar de hoje ser um torneio razoavelmente organizado - razoavelmente na opinião de quem vos escreve, pois a cada ano o campeonato muda seu regulamento -, já houve o tempo em que a atual "Concachampions" via seus participantes serem eliminados da competição sem sequer disputar uma partida! Uma vez que equipes desistiam do torneio antes de sua estreia ou até mesmo abandonavam as partidas durante sua decorrência. Sob o antigo nome, o Canadá enviou equipes apenas em três edições: em 1975 com o Serbian White Eagles, 1976 com Toronto Italia e Serbian White Eagles pela segunda vez e em 1992 com o Vancouver 86ers, o atual Vancouver Whitecaps.


1975: estreia em torneios continentais.
A edição de 1975 contou pela primeira vez com uma equipe canadense na então chamada Copa dos Campeões. O Serbian White Eagles - como nome indica, clube formado em sua maioria por atletas de origem sérvia - garantiu presença no torneio ao ser campeão da temporada regular da National Soccer League do ano anterior e na fase da Zona Norte-Americana, seu primeiro e único desafio foi diante dos mexicanos do Monterrey. Na partida de ida, revés por 2-0 para a equipe local enquanto na volta em pleno solo canadense, as equipes seguiam empatando por 1-1 quando torcedores locais começaram a invadir o gramado do estádio, alguns até com cadeiras do estádio em mãos (!), causando uma confusão generalizada, forçando o fim de jogo antes dos 90 minutos completos. Em consequência disso, o clube canadense além de ser eliminado da competição, ainda sofreu uma suspensão por parte da antiga National Soccer League, ficando de fora do restante da temporada. Nesta edição, o Atlético Español do México se sagrou campeão.

Jornal da época divulgando a suspensão do Serbian White Eagles. Foto: Reprodução/The Evening Independent


1976: até hoje, a única dupla participação.
Em 1976, - ano em que Montréal sediou os Jogos Olímpicos de Verão - tivemos um fato único envolvendo equipes canadenses e competições internacionais: esta foi a única edição onde o país enviou duas equipes. Se nos formato atual, que é disputado desde 2008 o Canadá envia apenas o campeão da Voyageurs Cup, no longíquio 1976 Toronto Italia e Serbian White Eagles - de volta após cumprida a suspensão - foram os representantes canadenses naquele torneio. Na primeira fase, dois triunfos canadenses: o Toronto Italia não tomou conhecimento do New York Inter-Giuliana e venceu ambos confrontos por 3-2 e 2-1, respectivamente. Na segunda fase, confronto direto entre canadenses e mexicanos. Enquanto o Toronto Italia se classificou para enfrentar o Toluca, Serbian White Eagles teria pela frente o Club León, porém nenhum dos confrontos aconteceram! Uma vez que o Serbian White Eagles desistiu da competição antes mesmo da estreia, o Toluca solicitou a CONCACAF que seus jogos fossem remarcados dos dias 16 de julho e 31 de agosto para 5 e 8 de setembro. Pedido que não foi acatado e os mexicanos também estariam eliminados do campeonato, restando apenas León e Toronto Italia, para decidir qual seria o representante norte-americano na fase final do torneio e acreditem, este confronto também não aconteceu por desistência do Toronto Itália e o León chegou a fase decisiva do campeonato sem ao menos entrar em campo e foi eliminado diante do Águila de El Salvador após advinhem só: abandonarem a partida de volta antes do fim por uma briga entre jogadores (!). O Águila que estava perdendo por 2-1 - a partida de ida terminou em empate por 1-1 -, acabou sendo declarado vencedor por 2-0, garantiu vaga para a final e foi campeão daquela edição ao bater o  edição ao superar o SV Robinhood do Suriname por 5-1 e 3-2, resultando num sonoro 8-3 no placar agregado. Acreditem se quiser, mas devido a pouca organização e divulgação do torneio, o interesse dos clubes pela antiga Copa dos Campeões da CONCACAF era praticamente nulo.

1992: a vez de Vancouver
Dezesseis anos depois, a Copa dos Campeões voltou a contar com uma equipe do Canadá entre seus participantes: desta vez, o Vancouver 86ers - atual Vancouver Whitecaps - chegava ao torneio após se sagrar campeão da extinta Canadian Soccer League em 1991, o primeiro campeonato legitimamente profissional do Canadá. O time contava com alguns nomes frequentes da seleção canadense à epoca: Domenic Mobilio - maior artilheiro do clube até hoje com 167 gols -, Geoff Aunger, Paul Dolan - goleiro canadense reserva na Copa de 1986 - e Dale Mitchell. O adversário da vez foi o Hamilton International, de Bermudas. Na teoria, um time menos perigoso tecnicamente, porém mais uma desistência por parte dos canadenses permitiu com que, desta vez, a equipe do arquipélago caribenho seguisse adiante na competição, na qual o gigante Club America do México bateu a Alajuelense, da Costa Rica, em partida única por 1-0, gol do lendário Hugo Sánchez.

O Vancouver 86ers da temporada 1992. Foto: Reprodução/Divulgação

Depois de 1992, o Canadá não enviou mais nenhuma equipe para as edições seguintes até a temporada 2008-09, onde o campeonato, enfim, adotou o nome de "Liga dos Campeões da Concacaf", ou "Concachampions", como é chamada popularmente. De lá pra cá, o Canadá sempre envia o campeão da Voyageurs Cup - campeonato envolvendo equipes profissionais e semiprofissionais do país - e quase chegaram à grande glória de se sagrar campeões continentais entre clubes. Em 2015, O Impact de Montréal, após deixar pelo caminho equipes como New York Red Bulls e Pachuca, sucumbiu diante do América do México, após um empate em 1-1 em pleno Estádio Azteca. Entretanto, decepcionou a sua torcida em um Estádio Olímpico de Montréal com mais de 60 mil fãs esperando mais um triunfo do time da provícia do Québec, mas após virar o intervalo ganhando por 1-0, os mexicanos se sagraram campeões com direito a hat-trick de Dario Benedetto, garantindo mais um caneco continental para os Águilas.

Agora, o Toronto FC tem a vez de espantar esse fantasma que ainda, nos dias atuais, persegue as equipes canadenses em competições continentais e vem com moral, pois se sagrou campeão da Major League Soccer em 2017 e já deixou pelo caminho dois mexicanos: o Tigres UANL, do francês André-Pierre Giganac, e o Club América, maior campeão do torneio, considerando as edições passadas à Liga dos Campeões. Essa história começa a ser escrita hoje, a partir de 21h15, diante do Chivas Guadalajara, partida que será transmitida pelo Fox Sports 2.

Colaboralaram Daniel Keppler e William Cavalcanti.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Emilio Reuben: um canadense tipo exportação

A publicação da vez irá falar sobre Emílio Moisés Reuben, provavelmente o primeiro jogador canadense a se aventurar no futebol sul-americano. Depois dele, jogadores como Tony Menezes e Charles Gbeke também tentaram a sorte no lado de cá do continente.

Emilio Moisés Reuben nasceu em Vancouver no dia 2 de fevereiro de 1913, mas fez toda a sua carreira longe de seu país natal, que se hoje em dia pode ser considerado uma escola emergente no futebol, naquela época a prática do jogo era totalmente amadora.

Em 1933, Emilio já morava na Argentina quando assinou seu primeiro contrato profissional com o Velez Sársfield. Tido como um jogador forte e bom finalizador, fez dupla com Agustín "Ñara" Cosso, um dos maiores artilheiros da história do clube, ficando por lá até 1936.

Poster de Reuben nos tempos de Velez. Foto: Reprodução/El Grafico

Entre 1937 e 1941 reforçou o Indenpendiente, aonde viveu uma das grandes fases da sua carreira, ao obeter conquistas, como os bi-campeonatos da primeira divisão e da Copa Ibarguen (equivalente a uma Super Copa ou também a extinta Copa dos Campeões da CBF) em 1938 e 1939 e Copa Escobar de 1939, torneio que homenageava o então presidente da AFA, Adrian C. Escobar.

Após as grandes conquistas com o Rojo de Avellaneda, rodou alguns clubes no continente, inclusive vindo parar no futebol brasileiro! Sim, Reuben é também provavelmente o primeiro atleta canadense a atuar por uma equipe de futebol brasileira. Ainda em 1941, Emi como era carinhosamente chamado, disputou algumas partidas pelo Flamengo, fazendo parte da equipe vice-campeã carioca daquele ano.

Emilio Reuben foi capa de caderno de esportes na Argentina. Foto: Reprodução/El Gráfico

Em 1942, Reuben retornou ao seu segundo país, uma vez que o atacante também tirou a cidanania argentina para assinar com o Lanús por onde atuou uma temporada. Depois disso, atuou pelo Racing do Uruguai e pelos colombianos Deportivo e América de Cali, aonde acumulou as funções de jogador e treinador simultaneamente. No Deportivo, está marcado na história por ser o autor de dois gols na primeira vitória da equipe no profissionalismo, contra o Atlético Nacional por 4x1. Ainda na Colômbia após sua aposentadoria, ajudou na fundação do Deportes Quindio, clube que hoje disputa o Torneo Águila, como é conhecida a segunda divisão local. Emilio Moisés Reuben tinha 75 anos quando veio a falecer no dia 20 de junho de 1988 em Buenos Aires, vítima de um acidente de trânsito.

Apesar do considerável sucesso de Reuben em território sul-americano, o jogador jamais foi convocado para defender o seu país, uma vez que o Canadá, seguindo o exemplo de demais associações defutebol britânicas na época, retirou-se da Fifa em 1928 devido a uma disputa sobre quebra de pagamentos para jogadores amadores, voltando a entrar em campo apenas em 1957. Vale ressaltar que durante esse tempo de hiato, o Canadá disputou apenas duas partidas amistosas, de caráter não-oficial em 1937, contra a seleção argentina e extinto Trenton Highlanders dos Estados Unidos.



CARREIRA
1933-1936 Vélez Sarsfield 
1937-1941 Independiente
1941-1942 Flamengo
1942 Lanús
1943-1944 Racing Club de Montevideo
1945-1948 Deportivo Cali
1949 América de Cali
SELEÇÃO CANADENSE
0 JOGOS / 0 GOLS

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A origem do mundial de futsal: 1982 ou 1989?

O futebol de salão ou futsal surgiu no Uruguai durante os anos 30 através do professor de educação física Juan Carlos Ceriani e como todos já sabemos é o futebol adaptado para quadras esportivas formado por equipes de 5 jogadores, sendo um no gol e quatro na linha. Variante do futebol que é muito popular no Brasil, mostrou ao mundo lendas como Manoel Tobias (tri-campeão mundial e eleito três vezes o melhor jogador do mundo na categoria) e Falcão, que recentemente recebeu um prêmio de reconhecimento por sua Carreira de mais de duas décadas, na festa dos Melhores do Mundo da Fifa.

Mas a questão da publicação da vez é sobre a Copa do Mundo de futsal. Qual contagem de edições devemos considerar de fato? A partir de 1989, quando foi o primeiro torneio que a Fifa organizou ou as edições anteriores, que eram sancionadas pela Fifusa, atual AMF?


O Brasil sediou o mundial de 1982 e saiu campeão. Foto: Reprodução/Youtube

Vamos entender melhor a situação: em 1982 a antiga Fifusa (Federación Internacional de Fútbol de Salón) então comandada pelo brasileiro Januário D'Aléssio organizou o primeiro campeonato mundial da categoria, com todas as partidas sendo disputadas no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O anfitrião Brasil, junto de Argentina, Colômbia, Costa Rica (que entrou no lugar do desistente México), Itália, Japão, Tchecoslováquia, Holanda, Paraguai e Uruguai foram as equipes participantes e a seleção dona da casa foi a grande campeã ao bater o Paraguai em placar magro, 1x0 gol de Jackson, que era gerente do Banco do Estado de Minas Gerais, o Bemge, que foi adquirido e incorporado ao Itaú, anos depois. A Fifusa organizaria ainda duas edições antes da Fifa organizar o "seu" mundial. Em 1985 na Espanha, deu Brasil novamente ao bater os anfitriões por 3x1 e em 1988 na Austrália, foi a vez do Paraguai alcançar a glória maior, ao bater o Brasil por 2x1.

Em 1989 enfim, a Fifa organiza um campeonato mundial de futsal pela primeira vez. O país-sede foi a Holanda e na competição, jogadores originalmente do campo como Brian Laudrup, Adílio e Tab Ramos (o mesmo que sofreu cotovelada de Leonardo na Copa de 1994) marcaram no presença no torneio no qual o Brasil se saiu campeão mais uma vez (ou pela primeira vez, levando em consideração apenas as edições organizadas pela Fifa) ao bater a Holanda por 2x1.

Em 1989, Brasil e Holanda decidiram a Copa do Mundo de Futsal. Youtube/FIFATV


Com a Fifa começando a organizar a sua Copa do Mundo de Futsal, o torneio da Fifusa consequentemente foi perdendo sua importância, mas alguns jogadores da seleção brasileira dos tempos da Fifusa fazem questão de ratificar os dois primeiros títulos mas acontece que a própria Fifa já alertou a Confederação Brasileira de Futebol de Salão a tirar duas estrelas de seu símbolo, ficando "apenas" com 5, o que corresponde aos títulos da seleção no torneio da Fifa, ordem não acatada pela CBFS.


Atual escudo da CBFS também contém duas estrelas
equivalentes às conquistas da Fefisa. Foto: Divulgação

Um fator curioso e que talvez ponha em dúvida o Brasil ser hepta ou penta campeão do mundo no Futsal é que apesar de perder força, o torneio da Fifusa não deixou de existir. Até hoje é disputado e a próxima edição está prevista para acontecer em 2019 na Argentina. Logo, o Brasil se julga hepta campeão mundial sendo que disputou dois torneios de instituições diferentes, acontece é que um não é continuidade do outro. A exemplo de comparação, vamos citar a Associação Uruguaia de Futebol que considera sua seleção tetra campeã mundial, com os títulos da Copa do Mundo de 1930 e 1950 e do futebol olímpico de 1924 e 1928. Depois de Brasil e Paraguai serem campeões pela Fifusa (que mudou de nome em 2002 para AMF - Asociación Mundial de Fútbol de Salón) Colômbia (com três titulos), Paraguai (mais duas vezes), Argentina, Portugal e Venezuela (um título cada) foram os países campeões pelo torneio "alternativo" e de todos esses países, apenas Paraguai e Argentina sustentam estrelas de campeão mundial em seus escudos, correspondentes ao torneio da Fifusa (vale lembrar que a Argentina conquistou o mundial da Fifa em 2016). 

Logo, fica a questão: se o Brasil pode se julgar hepta campeão do futsal, porque os outros países campeões também não brigam pelo reconhecimento perante a Fifa? Afinal, diante disso: ou que se reconheça todos os torneios independente de entidade organizadora, manter apenas os títulos da Fifa como a legítima Copa do Mundo de Futsal ou que se separe na camisa da seleção brasileira o que é Copa do Mundo da Fifusa e o que é Copa do Mundo da Fifa, o que na minha opinião é o mais correto a se fazer, afinal, não se trata do mesmo torneio.



E que fique claro: não escrevi esta publicação com intuito de desmerecer, esquecer ou apagar a história do futsal brasileiro, apenas acho importante esclarecer do que se trata cada torneio, especialmente o da Fifusa/AMF que não deixou de existir mesmo após a imposição da Fifa em patentear a Copa do Mundo de Futebol de Salão. 


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Jefferson: um campeão dos gramados e da vida

A publicação de hoje contará um pouco da história de Jefferson Vieira da Silva ou apenas Jefferson, como era conhecido no futebol.


Jefferson passou por grandes clubes do futebol nacional. Foto: Reprodução/YouTube



Experiente lateral-esquerdo dos anos 90 e início dos anos 2000, Jefferson atuou por equipes como Vasco, Botafogo, clube no qual foi campeão estadual e do Troféu Tereza Herrera em 1996, e no Bahia, aonde era dono da posição e foi peça-chave em alguns torneios como a Copa do Nordeste em 2001 no qual o Tricolor de Aço saiu campeão.

Em 2002 quando o jogador negociava sua transferência do Atlético-MG ao Juventude, Jefferson contraiu uma doença rara chamada Síndrome de Behçet, que consiste na inflamação dos vasos sanguíneos. No caso do jogador, a doença atacou no cérebro afetando os movimentos de braços e pernas, além de prejudicar sua fala.


Jéfferson hoje mora com sua família em Pato Branco-PR e desde então, com sua força de vontade e ajuda da família, Jefferson enfrenta a doença (que não tem cura) e passa por sessões de fisioterapia e hidroterapia, que o fizeram recuperar alguns de seus movimentos corporais.

Jéfferson, que sua história dentro e fora de campo jamais seja esquecida e sempre exaltada por seus fãs e amigos.


Amistoso entre Brasil e Honduras no Serra Dourada,
única partida de Jefferson pela seleção principal.






CARREIRA
1988-1990 Botafogo-SP
1991-1992 Botafogo
1993-1994 Palmeiras
1994 Cerro Porteño
1995 Botafogo
1995 Vasco
1996-1997 Botafogo
1998-1999 Sport
1999-2001 Bahia 
2002 Atlético-MG
SELEÇÃO BRASILEIRA: 1 JOGO/0 GOLS

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Juventus muda de escudo e ninguém entende nada

Time de grande apelo no cenário europeu e mundial, a Juventus apresentou seu novo escudo em evento no Museu da Ciência em Milão com presença de jogadores, ex-jogadores e celebridades da Itália. Para as pessoas ali presente, provavelmente estava tudo legal, tudo lindo... menos para torcedores e fãs.




Pelo Instagram, seguidores mostram sua insatisfação com o novo emblema. Foto: Instagram/@Juventus


Seja via Facebook, Instagram ou Twitter, a equipe recebeu uma chuva de críticas negativas a respeito de sua nova logomarca. Afinal, o símbolo é a cara de TODO time de futebol e nada mais causa tamanha estranheza quando há uma mudança tão brusca, ainda mais se tratando de um time com uma camisa tão representativa que é a Juventus de Turim.



Evolução do escudo da Vecchia Signora conforme o tempo. Twitter/@JuventusFC



É até no mínimo justificável - e olhe lá - a escolha do novo emblema. Se fosse apenas uma questão estética ou de simplificar a logomarca do clube, até aí OK, apesar de particularmente achar o emblema da Juventus que estamos acostumados muito bonito, mas de acordo com as palavras de Andrea Agnelli, presidente da equipe italiana... a justificativa já não tem mais sentido. De acordo com o próprio: "O novo logo define um senso de pertencimento, e um estilo que nos permite comunicar o nosso estilo de ser." Afirmou o cartola em mensagem divulgada via twitter.

Mas como o torcedor da Juve a partir de agora sentirá que pertence a um time com uma cara nova? Afinal, o torcedor da Juventus se permitiu pertencer a equipe com o emblema oval com as três listras, o pequeno símbolo com o leão e a coroa na parte debaixo e o nome Juventus ali destacado, não há dois simples riscos simbolizando a letra J. 

O fato é que o novo emblema da equipe já será usado a partir da temporada 2017/18 do calendário europeu. Ainda há tempo de aproveitar o atual e mais representativo emblema juventino. Por enquanto.